Em entrevista exclusiva ao Mobile Time, o CEO da Pontaltech, Carlos Secron conta os motivos que levaram a Pontaltech investir no RBM/ RCS Google. Confira a reportagem exclusiva na íntegra clicando aqui ou leia o resumo a seguir.
O Brasil é um dos países que mais utiliza o WhatsApp. Este aplicativo faz parte do dia a dia das pessoas e empresas, sendo um dos canais preferidos dos usuários. No entanto, esse cenário pode mudar com o amadurecimento do mercado em relação ao RCS, tecnologia que a Pontaltech tem investido e apostado como possível substituto do SMS.
Apesar das operadoras Claro, Vivo, Oi e Tim terem somente anunciado uma parceria com o Google para implementá-lo em 2020, em 2023 o cenário mudou. Isso porque agora existe uma equipe dedicada no Brasil e LATAM a fim de impulsionar a adesão do RCS.
Aliás, em 2022 a Pontaltech enviou 3,5 bilhões de mensagens em 2022, incluindo todos os tipos de RCS (basic, single e conversacional). Segundo Secron, “Houve uma dificuldade muito grande burocrática de acordo comercial com as próprias operadoras. Teve muito trabalho não só técnico, mas comercial, de poder fazer esses acordos e conseguir destravar o produto aqui no Brasil. Esses acordos foram fechados ao longo de 2022. A partir daí, pudemos levar para o cliente com muito mais facilidade, já com preços mais estabelecidos, condições mais claras e também a parte técnica de integração do Google com as operadoras”, explica o CEO.
Diferenciais do RCS
Criada em parceria com a GSMA e Google, o canal RBM, popularmente conhecido como RCS tem a possibilidade de incluir botões com links, conteúdo de fotos, vídeos, arquivos e áudios, além de um limite superior aos 160 caracteres do SMS.
Carlos acredita que o RCS vai ocupar o mercado de mensageria corporativa de forma rápida, até porque a tecnologia oferece mais segurança e experiências ricas para o cliente, em comparação com o SMS. Além disso, possui uma grande competitividade de preço contra o WhatsApp e outros canais, sendo de duas a seis vezes mais barato, a depender do tipo.
Ainda na questão da segurança, quando o usuário recebe um SMS ele não sabe a origem da mensagem, pois o remetente é identificado por um número. Já com o RCS, é possível saber o nome da empresa que vem acompanhado com selo de verificação do Google a fim de coibir spam e fraudes.
Penetração
É importante destacar que a tecnologia RCS está vindo forte no Brasil, mas já é realidade em outros países. Aqui, as empresas começam a enxergar o potencial e “estão querendo saber como conhecer esse produto”. Nesse sentido, a Pontaltech está “usando esse timing para poder principalmente aumentar o nosso brand awareness, que as empresas nos conheçam e entendam que somos opção para eles descobrirem o produto”, afirma Secron.
Não apenas o SMS como também o WhatsApp, poderão ser substituídos pelo RCS. Muitas ações realizadas hoje nesses canais tem uma entrega melhor no RCS. Para além dos recursos multimídia, o CEO pontua que as métricas são melhores, mostrando aonde o cliente abriu, clicou e selecionou. “É como se você tivesse dentro de um site ou de um aplicativo. Você clica e tudo abre dentro do mesmo ambiente”.
Apesar do canal ser bastante utilizado no Brasil, há uma série de restrições de política e preço. “Tem sido caro para algumas empresas usar essas ferramentas”, aponta. “Com certeza o RCS vai ter um espaço importante que vai conseguir cumprir melhor e mais barato do que o próprio WhatsApp.”
Desafios da mensageria corporativa
Antes de tudo, popularizar o RCS no país é um desafio, pois é recente a difusão do canal no mercado. Hoje, o diferencial do WhatsApp é que ele é um aplicativo que todos utilizam e se acostumaram com a ferramenta, diferentemente do RCS.
Ou seja, conquistar o usuário final no aplicativo pode ampliar a relevância do canal e ocupar o lugar de outras ferramentas como o WhatsApp, seja no ambiente pessoal como no corporativo.
Por fim, outro obstáculo do canal é a utilização disponível apenas em dispositivos Android, para Carlos, é questão de tempo para a Apple aderir ao protocolo.“Se o mercado começar a crescer e ela sentir essa necessidade, imagina-se que vai ser obrigada a participar também. Eu acredito que eles vão ter que se render em algum momento”, analisa.
Por que a Pontaltech investe em RCS?
A mensageria corporativa (SMS e e-mail) é a principal vertical de receita da companhia, que representa 70% do faturamento. Contudo, o SMS é o principal produto, com um volume de aproximadamente 270 milhões por mês.
Sendo assim, a previsão da empresa é que chegue a R$ 130 milhões em 2023, um crescimento de 25% em relação a 2022 na vertical digital que inclui o RCS, chegando a 700% a 800% de aumento.
Para isso acontecer, 90% da estratégia da companhia está focada em novos negócios para aumentar a penetração do RCS. Isto é, contemplando a captação de clientes, marketing, planejamento e participação em eventos.
Atualmente, a Pontaltech é a empresa que mais construiu cases de RCS no Brasil e possui clientes, do varejo, e-commerce, bancos e fintechs – entre eles, C&A Pay, Bellinati Perez, Quite Já, BV Financeira, Ademicon, Di Santinni, Quinto Andar e Ticket360.
Resultados
Em comparação com outros canais de comunicação, a tecnologia apresentou cerca de 15 vezes mais interação com o usuário, o que prova a atratividade do canal.
Do mesmo modo, a conversão em vendas também é impactada. A exemplo de um case das Casas Bahia que alcançou 109% em comparação com outras ações no mesmo período e uma taxa de leitura de 43%.
O Mercado Livre também obteve resultados significativos. A sub-marca Mercado Pago aumentou em 20% na sua recuperação de crédito e 14 vezes a interação do usuário, também comparando os demais canais.
Outro fator estratégico é que a empresa possui campanhas de incentivo para trabalhar com valores abaixo do mercado. E, para transformar o envio de SMS em RCS, a porta de entrada é o tipo “básico” com um preço muito similar, mas com muito mais benefícios.
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